OUTUBRO 2005

O BOM, O MAU E O (OPOSTO DO) FEIO Alexandre Barillari

Até vocação para canalha ele tem. E olha que, para os hormônios de qualquer cristã,  isso não é nada, nada mau. Alexandre é dono do personagem mais malvado da novela das seis e, além de ter uma barriga que dá vontade de lavar roupa, é papo para muito mais do que uma noite inteira. Topa tudo na cama, vai de acordo com o gosto da freguesa. E dá para garantir que até a mais exigente não saberia por onde começar. O Guto de ‘Alma Gêmea’ é plural: arquiteto formado, superafeito a questões filosóficas, barítono baixo, ator de teatro, cinema e TV e diretor teatral. E lindo. Vai uma maldadezinha aí?

Vilão na novela, bonzinho na cama. É assim que funciona?

Há que se dançar conforme a música. Não posso pensar só em mim se estamos falando de um relacionamento. Por isso me dôo de formas diferentes para cada pessoa. Não tenho em mim um tipo, tenho todos os tipos.

Sua canalhice na novela afeta a forma como as mulheres te olham?

Com certeza. Acho que esse jeito de ser do Guto atiça a libido. Algumas mulheres ficam seduzidas pela persona do canalha. Ele traz um atrevimento sem tamanho, um elemento surpresa, um olhar misterioso. Aí se cria uma expectativa pelo que se vai ou não se vai fazer que enlouquece. Mas tudo no campo da fantasia, não no da realidade. Adoro quando a fantasia é atiçada. Sou muito existencialista nesse aspecto. Posso pensar que certas coisas só se dão no imaginário das pessoas. O apelo do Guto, por exemplo, não é o perfil das garotinhas. Ele faz mais o gênero das mulheres experientes porque foge à teoria do príncipe, mas ratifica aquele elemento surpresa.

EntãoAlexandre Barillari, de certa forma, dá para concordar com a lenda de que as mulheres gostam mesmo é dos brutos?

Como te falei, depende da ‘música’. Uma hora ela pode querer um romântico que lhe dê flores, na outra um que lhe dê na cara

Faria alguma maldade por amor?

Não lembro de ter feito, mas não digo que nunca farei. Somos seres plurais, não sei em que nível está o ‘assassino’ em mim, entende?

E brincadeirinhas mais pesadas na cama, você topa?

Topo! Adoro personagens, por exemplo. E não me refiro a roupas, mas a todo o resto. Adquiro o ritmo de um personagem, a voz, o jeito. E comida, eu adoro! Frutas, fondue, raclete. Bebidas não, eu não bebo, mas adoro um clima. Velas, um som que varia de acordo com o momento. E tenho um requinte que só ofereço a quem merece: um lençol 600 fios de algodão egípcio. E tem que ser branco.

Vale bater?
 
Vale bater, vale tudo!

O que te empolga na hora H?

Perfume, desde que não seja doce

E o que é broxante?

Não gosto de muitas palavras, de discurso. Detesto aquele tipo de pergunta: ‘Foi bom?’ ou ‘Tá gostando?’. Acho que o sexo não é território do verbo

O que você tem de melhor no corpo?    Alexandre Barillari  

À mostra, o sorriso. De mais escondido, as pernas

E a mulher?

Boca e bunda…

Você é do tipo que sai pegando a torto e a direito ou prefere ficar de amorzinho?

Sou irritantemente caseiro. Nunca quero sair. Não faço de jeito nenhum o perfil pegador. Gosto de construir, gosto da intimidade, da cumplicidade, da troca de conhecimento

Casamento rola?

Agora eu tô solteiro, mas tenho sim esse sonho com o ritual do casamento. Mas a realidade acaba dissipando o sonho, falta tempo para tudo. Até agora não rolou de achar que concretizaria isso com alguém

Você se acha bom de cama?

Acho. Eu me entrego, acho prazeroso, não simulo. Prefiro abortar a transa a simular qualquer sentimento. Não gosto de números. Se tem uma coisa de que não podem me acusar é de ser galinha

Me conta uma fantasia sexual?

Queria ter um iAlexandre Barillariate e transar à luz da lua na Baía de Angra

Como venderia seu peixe?

Costumo dizer que toda pessoa inteligente no Brasil acaba gostando de mim (risos). Eu me gosto, sou feliz, corro atrás das coisas. Não meço esforços para conseguir o que eu quero

Sexo é…

Sem querer soar clichê, é abençoado quando com a pessoa amada. Em outra reflexão, diria que não deveria ser feito com quem se tem intimidade. Porque aí você se permite, você pode tudo. Esse pensamento compreende a idéia de ser plural. Como na frase de Gui de Bore: ‘Vivo para o olhar dos outros’, entendeu?
Mais do que entendido. Aproveite o ensaio

 

 

www.alexandrebarillari.com.br por Luciana Basile

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